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Homenagem aos ex-presidentes - Dra. Regina Maria Volpato Bedone - 51ª Diretoria – 2006/2008

De sua época de presidente da SMC, das suas experiências, o que mais ajudou-lhe depois na sua trajetória?

Dra. Regina Bedone - A cerimônia de minha posse como presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia (SMC) de São José do Rio Preto foi um dia de comemoração e o mais importante da minha vida profissional.

Após concluída nossa gestão, participei 13 anos da Associação Paulista de Medicina como diretora distrital e diretora de eventos.

A vivência durante todos esses anos no ambiente associativo foi uma experiência muito rica para minha formação em política médica e por ter conquistado muitas amizades que me proporcionaram crescimento intelectual.

A senhora lembra algum feito marcante da sua gestão e que ainda hoje quando olha vê marcas do possível legado que deixou?

Dra. Regina Bedone - Em nossa gestão (2006/2008), precisamente em março de 2006, a SMC completou 80 anos de fundação. Tivemos o privilégio de celebrar esta data com uma festa inesquecível, com participação de mais de 300 pessoas. As dependências da nossa entidade foram decoradas com o tema “O fantasma da ópera” que inspirou beleza e sofisticação.

Em comemoração desta data lançamos o livro de memórias “80 anos de lutas e conquistas” para que a história da nossa entidade não ficasse relegada ao esquecimento. Valorizar e respeitar o passado da nossa regional é dádiva para as futuras gerações de médicos da nossa cidade e região.

Participamos do III Fórum de Responsabilidade Civil, Ética e Criminal do Médico, realizado na Associação Paulista de Medicina e passamos a oferecer assessoria jurídica aos associados. Também nesta diretoria lutamos por melhor remuneração dos honorários médicos e pela implantação da CBHPM pelos planos de saúde, o que se concretizou em janeiro de 2007.

Investimos no Departamento científico e em 2006, como exemplo, realizamos 53 reuniões científicas de 14 especialidades. Jornadas e Congressos trouxeram lucros significativos.

Abrimos espaços nas dependências da SMC para publicidade e com a finalidade de incrementar as nossas receitas.

Fizemos parceria com a Sociedade Brasileira de Mastologia apoiando a campanha contra o câncer de mama, a Secretaria Municipal de Saúde apoiando o combate à Dengue e outras mais.                                                                                         

Em dezembro de 2008 inauguramos a academia, com apoio da UNIMED, onde os médicos associados e seus familiares treinam e investem em sua saúde e bem-estar, até os dias de hoje. Temos orgulho de ter deixado também este legado.

A medicina se transforma no dia a dia. Em termos de associativismo, o que a senhora enxerga de diferente agora e quais suas perspectivas no futuro?

Dra. Regina Bedone - Em nossa gestão, foram três anos (2006 a 2008) de muito trabalho, especialmente dedicados ao associativismo, que sempre foi e é o maior desafio das entidades médicas.

O associativismo é atitude responsável e necessária para todo médico. Em nossa gestão, insistimos nesta meta porque através da nossa associação temos representatividade.

Creio que, infelizmente, as entidades continuam carentes de sócios, apesar de oferecer muitos benefícios aos associados, inclusive no lazer. A nossa SMC tem o privilégio de ter uma área física invejável e os departamentos científico, de defesa de classe, esportes, social e cultural conseguem atrair associados, inclusive estudantes de medicina e médicos residentes.

Qual sua avaliação da atuação da classe médica e suas entidades representativas para a melhoria da saúde pública e suplementar no Brasil? Há algo mais que possa ser feito?

Dra. Regina Bedone - Nossas entidades maiores, o CFM e a AMB, lutaram, com coragem e sem tréguas, para aprovar o Ato Médico, a CBHPM e a Emenda Constitucional 29 (que destina mais recursos para a saúde). Igualmente protestamos contra o aumento expressivo de escolas de medicina desde o ano 2000. Foi um tempo de muito entusiasmo e vanguarda.

Atualmente, estamos passando por transformações surpreendentes e inacreditáveis em nossa profissão, na política, na sociedade. O slogan proferido pela AMB em suas campanhas era “A Saúde pede socorro” e com a finalidade de mobilizar a população e a classe médica. Hoje este slogan, infelizmente, ainda vigora.

A nomeação do nosso líder Eleuses Paiva para a secretaria de saúde do estado de São Paulo encheu-nos de esperança para conquistarmos em nosso estado uma saúde que esteja em conformidade com os padrões éticos e morais da sociedade.

O que a senhora gostaria de ver em nossa SMC e que ainda não foi realizado? Alguma sugestão para as futuras diretorias?

Esperamos que a nossa regional possa investir em temas sobre o Código de Ética Médica, reforçando as ações do nosso Conselho (CREMESP). Os jovens médicos, principalmente, necessitam aprofundar seu conhecimento das normas que devem ser seguidas em sua profissão. A Medicina está a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza” (Código de Ética Médica, 2009).