Não precisamos de mais faculdades de medicina
Dr. Rodrigo José Ramalho
Nesse número da nossa
revista você pode ler duas matérias que externam essa preocupação, com números
impressionantes. Essa expansão desenfreada deveria ser acompanhada por
políticas públicas que garantissem condições de ensino adequadas, assim como as
respectivas vagas de residência, porém a realidade é assustadora. Em diversas
instituições, faltam hospitais-escola, corpo docente qualificado e laboratórios
estruturados. Como resultado, muitos estudantes são formados sem a devida
capacitação, o que compromete o atendimento à população e a confiança no
sistema de saúde. Pior, não conseguem se qualificar por meio da residência
médica.
Além disso, a prática da medicina, por sua natureza, exige
mais do que conhecimento técnico. Requer experiência prática sólida, ética,
empatia e responsabilidade. A formação médica não pode ser tratada como um
negócio. Ao mercantilizar o ensino, o país negligencia a complexidade do
cuidado à saúde e o impacto que profissionais mal preparados podem causar na
vida dos pacientes. Ainda, em muitas localidades não há corpo docente
qualificado para tal responsabilidade.
Os médicos que já estão no mercado enfrentam a pressão
adicional de corrigir falhas do sistema, lidando com ambientes sobrecarregados
e, por vezes, com colegas que ainda não possuem a maturidade técnica para atuar
com autonomia. A consequência desse cenário é um aumento do risco de erros
médicos, a degradação da imagem da profissão e um maior desgaste para todos os
envolvidos. É urgente repensar as políticas de abertura de faculdades de
medicina. A expansão do ensino médico deve ser pautada por um planejamento
estratégico, que considere as necessidades de cada região e respeite critérios
rigorosos de avaliação, fixando o médico formado na sua área e obtendo uma
melhor assistência para a população. Mesmo nesse contexto, comemoramos em
outubro o mês dos médicos, finalizando com um ótimo churrasco em uma tarde em
que revimos velhos amigos. Importante salientar nossas parcerias que
propiciaram essa festa: Audi Center Rio Preto, Ecori, Sisprime, Simon Presta e
Hospital Beneficência Portuguesa. Até dezembro no já tradicional evento de
chegada do Papai Noel. Tragam seus filhos e netos. Até lá!
Dr. Rodrigo José Ramalho, presidente da Associação Paulista
de Medicina Regional de Rio Preto