Artigos

Atrofia vaginal, como lidar?

Dra. Taciara Maluf Tiradentes Cintra

 A atrofia vaginal é o ressecamento e a diminuição da espessura da parede vaginal, podendo acometer também a parte externa da genitália feminina. Ela pode aparecer em situações decorrentes da diminuição da produção ou dos níveis de estrogênio. O estrogênio é responsável por estimular a produção do glicogênio nos tecidos vaginais, resultando em camadas celulares mais grossas, fortes e flexíveis. Portanto, a atrofia vaginal pode estar presente em fases da vida da mulher onde ocorre o hipoestrogenismo, tais como: período do pós-parto, na amamentação, com uso de alguns medicamentos antiestrogênicos (por exemplo Tamoxifeno, indutores de ovulação, medicamentos para tratamento de endometriose), na menopausa natural ou cirúrgica (quando houve remoção de ambos os ovários).

Os sintomas da atrofia vaginal podem ser diversos, tais como: sensação de ressecamento, desconforto na região íntima, coceira, dor nas relações sexuais, aumento do número de infecções urinárias, podendo chegar em episódios de incontinência urinária, sangramento após as relações sexuais e corrimento vaginal.

O tratamento da atrofia vaginal pode ser hormonal ou não hormonal. A terapia hormonal estrogênica, seja sistêmica ou local (cremes vaginais), deve ser indicada pelo médico, após avaliação da paciente, pois algumas situações contraindicam seu uso, como por exemplo em história prévia de câncer de mama. Outra opção de tratamento é a aplicação local de hidratantes vaginais não hormonais, a base de ácido hialurônico, que aumentam a retenção de água no tecido, melhorando o ressecamento.

A atrofia vaginal também pode ser tratada com laser e FRAXX, procedimentos realizados em consultório médico, que visam estimular a produção do colágeno. O FRAXX (radiofrequência) emite pulsos de energia eletromagnética fracionada em milésimos de segundo, produzindo micropontos térmicos com espessura de um fio de cabelo, estimulando a formação de colágeno novo, aumentando a espessura e melhorando a elasticidade das paredes da vagina. O procedimento é realizado em 3 sessões, com intervalo de aproximadamente 30 dias entre cada sessão e pode ser associado a outras terapias hormonais. Além de tratar a atrofia, o FRAXX também auxilia no rejuvenescimento íntimo, combatendo a flacidez e melhorando a qualidade de vida de muitas mulheres.

 Dra. Taciara Maluf Tiradentes Cintra é ginecologista e obstetra e 1ª secretária da Diretoria da APM – Regional de Rio Preto.